Caros Irmãos Romeiros,
Este ano, para a romaria da nossa vida, o Santo Padre coloca-nos como horizonte a fé!
Esclarecer, celebrar e testemunhar este dom de Deus, para que possamos encontra-nos com uma Pessoa, Jesus Cristo, convertermo-nos ao seu jeito e O apresentarmos como “A Porta da Fé” para aqueles que, como nós, o procuram. Nada de novo! Mas simultaneamente, que novidade!
Na verdade, este desafio que Bento XVI nos coloca, não é novo, pois trata-se da matriz de qualquer projeto de vida, sério, de um cristão em qualquer tempo e lugar. De facto, é n’Ele, por Ele e com Ele que caminhamos. Jesus é o rosto visível do Pai, é o verbo de Deus encarnado, o Emanuel: Deus connosco, único mediador entre cada um de nós e Deus. Se a nossa vida de fé não estiver enraizada n’Ele, é sinal que está mal fundamentada, que é vazia e estéril, ou então que será outra fé, na qual nós não fomos batizados. Ele é a única porta pela qual entramos na dinâmica sonhada por Deus: a vida em plenitude. Entre Deus e os Homens a medida certa é Jesus Cristo!
Contudo, Ele é eternamente novidade para cada um de nós. O que conhecemos de Deus? São João afirma que a Deus nunca ninguém o viu, e que o que precisamos de facto para nos relacionarmos com Ele, foi-nos revelado em Jesus Cristo. Então, o que conheço de Jesus? Que lugar Ele toma na minha vida? Às vezes, Ele é um ilustre desconhecido, alguém importante, mas com quem não me relaciono, nem procuro conhecer para além do óbvio e daquilo que os outros dizem d’Ele. Por isso, é sempre oportuno responder a Jesus: “ E Vós quem dizeis que eu sou?” (Mt 16, 15).
Tudo o que sabemos á cerca de Cristo, é nada perante a sua grandeza. Por isso, para que o nosso nada seja tudo em Cristo, teremos que estar numa perene comunhão com Ele, para que, na intimidade de Emaús, Ele se dê a conhecer pessoalmente a cada um de nós, como Senhor vivo e ressuscitado que nos alimenta para a vida.
Pe. Nuno Maiato