“A fé dos mais pequenos”

“A fé dos mais pequenos”

 

“A fé dos mais pequenos”
 
Nos últimos anos tem ocorrido na zona oriental do concelho da Ribeira Grande a romaria infanto-juvenil, promovida pela valência CATL da Santa Casa da MDES da Maia, com intuito de possibilitar aos mais novos a transmissão dos valores e costumes das romarias quaresmais de São Miguel, através da partilha de experiências entre as gerações diferentes.
Com o início da quaresma as crianças e jovens das localidades próximas à Maia começam a perguntar “quando é que os romeiros pequenos saem à rua?”, “este ano qual é o percurso?”, pois é com alegria e entusiasmo que há a procura pela integração na romaria. O momento é de encontro entre todos e de ano após ano verifica-se a consolidação do rancho infanto-juvenil da Santa Casa da Maia, havendo um número de participantes cada vez mais significativo.
Todos os anos realiza-se uma alteração no percurso traçado para a caminhada, de forma a possibilitar a visita dos pequenos romeiros às várias localidades, bem como à contemplação da/o padroeira/o. As crianças preparam as suas orações e cânticos enquadrados no espírito da tradição do romeiro, bem como as vestes típicas do mesmo (lenço, saca, xaile, bordão, terços). Os pais e familiares têm um papel muito marcante, pois em conjunto com a criança e valência transmitem valores de fé, preparando-os e educando-os no caminho da esperança e determinação.
Com esta iniciativa verifica-se em cada rosto de romeiro pequeno a vontade e amor pela “avé maria” e apesar das adversidades eles (os romeiros pequenos) têm consciência que o romeiro caminha mesmo nos dias de chuva e vento, como referiu um educando “mãe mesmo que chova eu irei sair com o rancho, porque os romeiros não têm medo do mau tempo”. Os irmãozinhos vivem com grande intensidade as emoções sentidas, durante a semana, pois muitos adormecem com o bordão à beira da sua cama e com os terços sobre a sua mão, à espera do dia da caminhada.
Todos estes acontecimentos fazem-nos acreditar que vale a pena caminhar ao lado destes pequenos romeiros, restando-nos apenas transmitir a verdadeira conduta do romeiro, enquanto homem de fé e construtor de pontes.
 
O Coordenador Técnico,
Paulo Bulhões